sábado, 13 de abril de 2013

Literatura Brasileira

FASES E MESTRES

 Origens
O estudo sobre as origens da literatura brasileira deve ser feito levando-se em conta duas vertentes: a histórica e a estética. O ponto de vista histórico orienta no sentido de que a literatura brasileira é uma expressão de cultura gerada no seio da literatura portuguesa. Como até bem pouco tempo eram muito pequenas as diferenças entre a literatura dos dois países, os historiadores acabaram enaltecendo o processo da formação literária brasileira, a partir de uma multiplicidade de coincidências formais e temáticas.
A outra vertente (aquela que salienta a estética como pressuposto para a análise literária brasileira) ressalta as divergências que desde o primeiro instante se acumularam no comportamento (como nativo e colonizado) do homem americano, influindo na composição da obra literária. Em outras palavras, considerando que a situação do colono tinha de resultar numa nova concepção da vida e das relações humanas, com uma visão própria da realidade, a corrente estética valoriza o esforço pelo desenvolvimento das formas literárias no Brasil, em busca de uma expressão própria, tanto quanto possível original
Em resumo: estabelecer a autonomia literária é descobrir os momentos em que as formas e artifícios literários se prestam a fixar a nova visão estética da nova realidade. Assim, a literatura, ao invés de períodos cronológicos, deverá ser dividida, desde o seu nascedouro, de acordo com os estilos correspondentes às suas diversas fases, do Quinhentismo ao Modernismo, até a fase da contemporaneidade.

Novo Acordo Ortográfico Brasileiro

Considerações sobre o novo acordo Ortográfico
Como falante e escritor da língua portuguesa, o colunista da “Ilustrada” João Pereira Coutinho pede à presidente Dilma Rousseff que rasgue o novo acordo ortográfico. Para ele, esse acordo é fruto do deslumbre de alguns acadêmicos. Se os povos de língua castelhana ou os povos anglo saxônicos não necessitam de um acordo ortográfico para nada, é ridículo que se imponha à língua portuguesa uma uniformização artificial. 
Foi notícia em Portugal a intenção do governo brasileiro de adiar para 2016 a entrada em vigor do acordo ortográfico. E foi notícia por uma razão básica: é que desde Janeiro deste ano de 2012 que o acordo já vigora oficialmente em Portugal, nas escolas públicas e nos documentos oficiais. Será que o Brasil se prepara para deixar Portugal sozinho na vigência do acordo? Esta pergunta adquire outra relevância quando se sabe que o adiamento no Brasil pode ir até 2018, sem falar dos que defendem, também no Brasil, a elaboração de um novo acordo. Pessoalmente, como falante e escritor da Língua portuguesa, a única coisa que eu esperava da Presidente Dilma Rousseff é que ela rasgasse o acordo; mais importante do que adiar um acordo é rasgar um acordo que ninguém pediu que não faz qualquer falta à Língua portuguesa. Em primeiro lugar, o acordo é o típico produto de acadêmicos deslumbrados que acreditam que a Língua lhes pertence por direito divino. 
Acontece que a Língua não é propriedade de nenhuma comissão de sábios. 
A Língua portuguesa pertence a milhões de seres humanos nos quatro cantos do mundo e as variações fonéticas ou lexicais ou sintáticas, longe de serem um prejuízo para a Língua, são pelo contrário a expressão da sua vitalidade e da sua pluralidade. Se os povos de língua castelhana ou os povos anglo-saxônicos não precisam de um acordo ortográfico para nada, é no mínimo ridículo tentar impor à língua portuguesa uma uniformização totalmente artificial. E artificial porque o Português escrito não pode ser, como pretendem os defensores do acordo, uma mera transcrição fonética ou de pronúncia. 

Existem marcas etimológicas em certas palavras que fazem parte de uma Língua, de um povo, de uma História, de uma pronúncia; sem esta particular sensibilidade para as sensibilidades particulares de cada falante da Língua o acordo não passa de um documento autoritário. Por isso digo com todas as letras: Senhora Presidente Dilma Rousseff, faça um favor à Língua portuguesa e enterre, de uma vez por todas, a loucura do acordo ortográfico. 
Pode ser assim que Portugal siga o bom exemplo do Brasil e deixe a Língua portuguesa em paz. 

Diversidade da Língua Portuguesa no Brasil

Entre os elementos mais evidentes da presença de culturas diversas na formação da população brasileira, está a língua falada. Dos portugueses, herdamos nossa língua oficial. No entanto, nossa língua portuguesa não é falada da mesma forma por toda a população. Há diferenças regionais que aparecem, por exemplo, no sotaque das pessoas. Os sotaques são explicados pela influência de povos diversos. Além dessa diferenciação nos sotaques, na língua portuguesa falada no Brasil, encontramos muitas palavras de origem indígena e africana.
Palavras que tem origem tupinambá:
Abacaxi, caatinga, caju, capim, capivara, carnaúba, cipó, cupim, jabuticaba, mandacaru, mandioca, maracujá, piranha, quati, sucuri, tatu, Aracaju, Guanabara, Guaporé, Jabaquara, Jundiaí, Parati, Piracicaba, Tijuca, entre outras.
Palavras herdadas do quimbundo:
Do quimbundo, língua falada por um dos grupos étnicos africanos, também herdamos muitas palavras: Moleque, cachimbo, quitanda, maxixe, samba, caçula, cafuné, camundongo, canga, carcunda, cochilar, dengue, fubá, marimbondo, marimba, berimbau, mocambo, quitute, senzala, xingar entre outras.

História da Língua Portuguesa

A história da língua portuguesa, é a história da evolução da língua portuguesa desde a sua origem no noroeste da península ibérica até ao presente, como língua oficial falada em Portugal e em vários países de expressão portuguesa. Em todos os aspectos - fonética, morfologia, léxico e sintaxe - o português é essencialmente o resultado de uma evolução orgânica do latim vulgar trazido por colonos romanos no século III a.C., com influências menores de outros idiomas.
O português arcaico desenvolveu-se no século V d.C., após a queda do Império Romano e as invasões bárbaras, como um dialeto românico, o chamado galego-português, que se diferenciou de outras línguas românicas ibéricas. Usado em documentos escritos desde o século IX, o galego-português tornou-se uma linguagem madura no século XIII, com uma rica literatura. Em 1290 foi decretado língua oficial do reino de Portugal pelo rei D.Dinis I. O salto para o português moderno dá-se no renascimento, sendo o Cancioneiro Geral de Garcia de Resende (1516) considerado o marco do seu início. A normatização da língua foi iniciada em 1536, com a criação das primeiras gramáticas, por Fernão de Oliveira e João de Barros.
A partir do séc. XVI, com a expansão da era dos descobrimentos, a história da língua portuguesa deixa de decorrer exclusivamente em Portugal, abrangendo o português europeu e o português internacional. Em 1990 foi firmado um tratado internacional com o objetivo de criar uma ortografia unificada, o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, assinado por representantes de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe.